sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Igreja Matriz de Nazaré


MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO DE NAZARÉ
Igreja iniciada na quarta parte do século XVIII e concluída oitenta anos mais tarde. Sua planta é típica das matrizes e igrejas de irmandade daquele século: nave única, falso transepto e corredores laterais, encimados por tribunas, tudo inscrito num retângulo. As duas grandes capelas laterais são heranças do falso trasepto da tradição jesuíta luso-brasileira, enquanto a subdivisão da fachada por pilastras e friso é uma reminiscência de velho esquema maneirista. A torre em bulbo, revestida de embrechados, de meados do século XIX, como o fundo branco predominando sobre a talha dourada.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação de Nazaré é de relevante interesse arquitetônico. O frontispício está subdividido por pilastras e friso. Possui duas torres com terminações bulbosas, embrechadas de louça. A nave possui forro em barrete de cônego e a capela-mo em abóbada de berço, com lunetas. A talha dos altares é neoclássica, enquanto as tribunas são em serralharia.
As sacristias conservam dois lavabos em mármore Currarra de 1866 e dois arcazes; o batistério, pia em lioz e tela. Da imaginária, muito rica, destacam-se: Crucificado, imagem grande de Jesus Cristo, Senhor Morto e Nossa Senhora da Purificação. Três lâmpadas, uma custódia de ouro são os estaque das alfaias.
De acordo com seu histórico arquitetônico em 1753 é criadas a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré, com sede, originalmente, na Capela de Camamu. Em 5-4 de 1781, D. Maria I solicita ao governador D. Afonso Miguel de Portugal e Castro um parecer sobre o pedido do vigário, José Torquatro Cruz, para vistoria da capela-mor da nova matriz e auxílio para a construção da nave e compra de alfaias e paramentos. É dado despacho favorável.
Em 1790, data gravada em um dos sinos, deve assinalar o término da estrutura, inclusive torres do edifício.
Em 25-5-1803, Manoel Jacinto Perez é nomeado, pelo Presidente da Província, substituto de Manoel Lourenço Nunes nas obras de “reparo” da matriz. No período de 1858 a 1862, são retomados os “reparos”, mas posteriormente paralisados por falta de recursos, na sua maioria doados pelos paroquianos. Já em 1864, a Comissão das obras solicita ao Presidente da Província uma ajuda para concluir os trabalhos e, em 1866, conforme data gravada nos lavabos, assinala os últimos acabamentos da Igreja.
Na segunda década do século passado, com o alargamento e rebaixamento da Rua D. Pedro II, a matriz sofreu algumas alterações que consistiram em: iluminação das escadarias de acesso ao monumento; transformação das duas portas laterais à portada em janelas rasgadas com balcões, e introdução de uma escada sob o coro, ligando a nave à rua.
No período de 1975 a 1976, sob os auspícios da comunidade religiosa nazarena, são realizadas as obras de recuperação do telhado e forro; restauração da talha, revestimento de mármore da nova escada de acesso; reparos gerais e pintura.
Após longo período a igreja carecia de urgente restauração do seu estado deplorável de conservação.
Atualmente a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Purificação de Nazaré passou por uma recuperação através da cooperação da comunidade católica.

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